Se observarmos atentamente o cotidiano, desde as nossas relações interpessoais, notaremos o esvaziamento de muitos conceitos que até recentemente representavam valores nobres, tais como: (amor, gratidão, compromisso, honestidade, autenticidade, verdade).
O mestre grande Zygmunt Bauman bem nos advertiu sobre “realidade liquida”, isto é, que vivemos num mundo onde o que é concreto desvanece e não existe a certeza, permanência, perenidade, porque desde a ideia de (verdade) é relativizada com o vulgar e o fluídico.
Experimentamos tal realidade (liquida), no dia-a-dia, por exemplo, um termo difundido na sociedade contemporânea “politicamente correto”, que invariavelmente nasce da aprovação social, das redes sociais. Aquilo, que é fato para uma grande parcela de concidadãos, mas foi refutado por pesquisas cientificas: ao identificarem naquele termo uma incoerente com a realidade, trata-se da mera designação de é um “inimigo imaginário”.
Ao que tudo demonstra, estamos no limiar do senso do ridículo.
Fato observável em comportamentos recorrentes de milhões de indivíduos: que bebem daquela fonte (inútil) de saber, e se embriagam com a ignorância e vagueiam na escuridão do entendimento. Penso que milhões de pessoas perderam a noção da realidade, porque mesmo não tendo nenhuma certeza de algo insiste em propagar crenças como se fossem fatos, a exemplo dos ‘fake news’.
Porquanto, é enorme a repercussão dada a toda sorte de absurdo e inutilidade, que uma mente minimamente desperta é incapaz de imaginar: apocalipse religioso, invasão alienígena, teorias da conspiração, dietas milagrosas, mil maneiras de ficar rico, rezas, santos e feitiços poderosos, etc. e a pior parte disso é que tais pessoas têm convicções de veracidade.
Por fim, o ser ridículo, é aquele indivíduo que despreza a razão em detrimento do apego crendices justificadas, por exemplo, num metafísico transcendente. E, por não buscar compreender a própria existência, a compreensão de si, ao tentar fazê-lo, intenta através de ensinamentos leigos, com leituras limitadas sobre textos carregados de signos e símbolos muito antigos. Nos quais, a depender da interpretação se desprendem enormes contradições.