Equilíbrio entre o Superego e o ID na Arte Barroca

A arte barroca retrata o mundo como um lugar de contradições, em que as forças opostas são igualmente importantes. Esta visão de mundo remete ao conceito de força antagônica, descrito por Freud como um conflito entre o Superego e o ID.

O Superego é uma parte da personalidade que representa os padrões morais e éticos que nos foram inculcados, enquanto o ID é a parte instintiva da personalidade, que representa os desejos e necessidades básicos. Assim, o conflito entre o Superego e o ID é retratado na arte barroca como uma crise. Os elementos paradoxais, como a fé e a razão, o corpo e a alma, o sagrado e o profano, a vida e a morte, o céu e o inferno, mostram a dicotomia entre as forças opostas.

Estas forças, enquanto em conflito, são igualmente importantes e necessárias para uma vida saudável. O conflito entre o Superego e o ID está presente em todos nós, pois é necessário manter um equilíbrio entre os dois. Precisamos nos esforçar para encontrar uma maneira de satisfazer as necessidades básicas do ID de forma saudável, sem comprometer nossos padrões morais.

É desse conflito que nasce o autoconhecimento, pois, ao entendermos nossas forças internas, podemos controlá-las melhor. A arte barroca nos mostra que, mesmo com todos os seus paradoxos, o mundo é um lugar de equilíbrio e harmonia. Esta visão é aplicável ao conflito entre o Superego e o ID, pois é possível viver de maneira saudável, encontrando um ponto de equilíbrio entre as forças antagônicas.

Por fim, a arte barroca ilustra esta visão de mundo ao utilizar elementos paradoxais como: a escolha entre seguir seus sonhos e suas responsabilidades; a busca pela felicidade e a manutenção de um equilíbrio emocional; a necessidade de ser independente e, simultaneamente, aceitar ajuda dos outros; o medo de se sentir vulnerável e o desejo de se conectar com outras pessoas. Todos esses elementos são ilustrados na arte barroca como uma forma de retratar o conflito entre o Superego e o ID.

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Que conselho você daria para seu eu adolescente?

Eu daria a mim mesmo o conselho de aproveitar ao máximo a minha juventude. Aproveite para experimentar novas coisas, conhecer pessoas, adquirir novos conhecimentos e desenvolver as suas habilidades. Além disso, lembre-se de trabalhar duro para alcançar os seus objetivos. E, acima de tudo, sempre seja gentil com os outros, pois a gentileza é o que realmente conta.

IGUALDADE É UM IDEAL DE SOCIEDADE, MAS PODE ADOECER PRÓPRIA A ALMA HUMANA

Foi na idade média que aconteceu o alvorecer do amor romântico, com ele, veio surgiu a cultura da felicidade para todos. No campo da organização social, essa ideia de bem comum, ao que tudo indica, evoluiu para mudanças políticas e influenciou muitas nações, culminando em confrontos de classes sociais, gerando a utopia social de que “todos são iguais”.

Sem dúvida esse fato social foi relevante, e certamente representou uma evolução nas organizações dos estados, por exemplo, impulsionou as revoluções de liberais sob lema da liberdade, igualdade e fraternidade que culminou com as revoluções americana e a francesa no século XVIII.

Entretanto, o preço desses ideais nobres e inovadores da história moderna afetou sobremaneira os indivíduos por gerações. Esses, tem como legado conviver com uma difícil realidade nas relações com o outro, pois, sendo todos iguais, ainda assim, teriam que conviver com o ímpeto da própria subjetividade. É certo, que o tema da igualdade orbita o mundo filosófico, o mundo das ideias, e em sentido stricto, é só mais uma bela abstração.

Resumindo, o sonho da igualdade que se fixou no imaginário popular como uma ideia transformadora: todos os indivíduos da sociedade se tornaram, de instante a outro, sujeitos de direitos isonômicos e com isso nasceu os princípios dos direitos sociais. Na visão do indivíduo comum, tal artifício de que “todos tem o direito de viver a felicidade…” é uma grande utopia.

Passado mais de três séculos dessas revoluções que criaram o governo do povo pelo povo, a meta da igualdade nunca foi atingida. Isto é, a liberdade, igualdade e fraternidade na pós-modernidade ainda não existe. Talvez, isso explique o porquê de sermos acometidos das mais diversas psicopatologias, tais como é a ansiedade e a depressão.

Geração após geração, vemos através das artes igualdade e liberdade sendo cantadas em versos e prosas. E, indivíduos medianos perseguem esses belos ideais aceitando as narrativas de que para termos a igualdade devemos amar o outro. Fato que isso se converteu em crenças dominante e permanente aqui no mundo ocidental.

Então, o indivíduo sujeito deve se abster de conquistar o domínio de si, porque antes deve se submeter em prol da igualdade coletiva. Fato esse, que por si só adoece a própria alma, visto que reprime a própria individualidade, ou seja, aquilo que o torna único.

Não há segredo algum, está no imaginário popular, no inconsciente coletivo, dito por C.G.Jung. Por certo, isso desaguará num mar de frustrações, fazendo paulatinamente vítimas de uma psique inconsciente e coletivamente doente.

Igualdade pode até ser um tema inspirador, bom para agregar indivíduos e manter a ordem em grupos sociais, mas, não faz o mesmo bem para indivíduos fortes de espíritos livres, porque a esses, cabe os custos para consecução da isonomia. Por afinal, a igualdade não é natural, nem mesmo para as espécies das mais insignificantes criaturas.

Assim, se os seres humanos deixam o caminho da individuação, o caminho natural, para seguirem regras sociais que lhes impõem o cerceamento da individualidade em nome da sociedade do coletivo. Esses árbitros dessa coletividade lhes imporão injustiças de toda sorte na tentativa de obter a dita igualdade. Ademais, pessoas comuns, pensam na igualdade como sendo dogmas, quando, na verdade, essas crenças da igualdade são fontes de muitas frustrações, que culminam no grande stress da dita pós-modernidade.

Sigmund Freud no final do século XIX, que em muitos aspectos se inspirou na teoria de Darwin, principalmente, ao se afastar da teologia para explicar a evolução humana. Fato é que a teoria freudiana foi revolucionaria, porque quebrou tabus do indivíduo e da coletividade, causando desentranhamento do tecido social, pelo menos, é que se vê no mundo ocidental.

O novo paradigma desvelado por Freud, em sua teoria do inconsciente, diz: que o indivíduo é antes de tudo sujeito de desejo desde tenra idade, e que o desenvolvimento da sua personalidade é forjada pela experiência nessa fases inicial e que vão além das meras escolha da razão.  Então, se seus desejos forem socialmente repreensíveis, esses também o serão insuportáveis pelo EGO, findando por reprimi-los ao nível inconsciente e dando origens as psicopatologias.

Por fim, moldando a personalidade do indivíduo segundo a teoria psicossexual freudiana, ela é ímpar e tem influências próprias da sexualidade. Contextualizado, a ideia de igualdade que se tornou princípios no mundo ocidental é incompatível com o desenvolvimento humano. Isto porque, se o desejo do indivíduo é reprimido em prol do outro ou da sociedade, se vê tolhido na sua individualidade, resultando em adoecimento da própria alma.

INTUIÇÃO, A MELHOR MENSAGEIRA DO UNIVERSO

Você é único! Isso diz do ser: um espírito imortal. Mas, por que é tão difícil compreender o que isso significa? Ou como e porque isso importa para a nossa vida?

Quem nunca se questionou pelo menos uma vez das verdades que nos foi ensinado acreditar? — “não devo nem pensar nisso, que absurdo!” disse o sujeito sem individuação, que necessita da aprovação.

Talvez todos tenhamos momentos de desalento e de dúvidas frente ao inexorável processo chamado vida, é nesses instantes nos quais os questionamentos ocorrem, por vezes, até pensamos ser “coisa da nossa cabeça” e não tendo nenhuma conexão com a realidade, porém é um equívoco.

Quando as nossas crenças contra atacam e tentam nos desviar o olhar de dentro de nós, e nossa consciência racional diz: deixe isso para lá… “Isso deve ser só coisa da sua cabeça, — imagine se fosse VERDADE?” Mas, sempre haverá um novo belo dia de sol, aquela madrugada solitária ou um entardecer deslumbrante em que se decide dar crédito a própria intuição.

O que você acha que poderia acontecer com a sua visão de mundo diante disso? — bem, o que vou lhes dizer é resultado de experiência própria. 

Se você der atenção pelo menos para uma das suas intuições, a sua vida nunca mais será a mesma. Tudo ocorre tão instantaneamente afetando o sua visão de mundo, não precisa muita ou nenhuma ação, basta que você escolha e se perceberá diferente no instante seguinte.

Qual a importância disso para a própria realidade? — vou lhes dizer qual e simultaneamente o porquê vale a pena ouvir a si mesmo.

Vale destacar que há exceções: muitos sujeitos sequer conseguem agir como indivíduos, porque se encontram robotizado pelo meio social e pelas crenças que lhes incutiram até os ossos.  Mas, se você estiver aberto e quiser colocar alguns “SEs” antes de afirmar suas convicções, crenças e verdades.

Em primeiro lugar, é fundamental se ouvir, porque tudo ocorre como um diálogo entre o seu coração com à sua alma. Asseguro que quem mergulha para dentro (acorda), e se encarar seus medos e olhar, mesmo que por instantes, para dentro do abismo que existe dentro de si, vai se surpreender.

Depois, só uma advertência: você terá sensação de desapego como se se desligasse da realidade circundante e mergulhasse num mundo novo. Mundo, onde as coisas que até então você via como defeito de caráter, falhas abomináveis nos outros, se percebe agora como parte de sua personalidade.

Porquanto, não é a realidade do mundo que mudou, é apenas a sua visão de como você se via ser colocado em dúvida.  É desafiador e perturbador olhar para aquilo que antes lhe parecia errado, feio e até indecente, mas você percebe ser parte do que você é.

Por fim, a intuição é a mensageira da verdade do ser enquanto espirito imortal que somos. Se estivermos atentos e aptos a crescer, por certo damos ouvidos as vozes que ressoam desde o inconsciente, mas que estão em sintonia com nosso coração, por vezes, devamos ir até contra a racionalidade consciente.

Por que você é único?

Toda a alma humana é única. No contexto da psicanálise, é designada como psique (mente consciente e inconsciência), coloquialmente dizemos: “a consciência do sujeito que varia de indivíduo para indivíduo”. Porquanto, não importa o paradigma utilizado para aferir as semelhanças: indivíduos de uma mesma família com o mesmo nível intelectual e social, são diferentes.

Então, tais características distintas são profundas e afloram ao longo da existência (vida) nas relações com o outro. É fato, que se evidencia no modo de agir e/ou pelo comportamento entres os sujeitos.

Tem um ditado “os dedos das mãos não são iguais.”. Tais, como são os dedos das mãos são também entre próprios irmãos.  Não há pessoas iguais às outras e como dizia minha filha Rebeca aos 5 aninhos “cada pessoa é uma pessoa”.

Quantas vezes ouvimos ao longo da vida seguinte assertiva: “meu filho é tão diferente de mim” ou “eu e meu irmão(a) não temos nada em comum”. Esse fato que nos leva a refletir: porque isso ocorre? — quer dizer, por que existem tantas diferenças de personalidade dos sujeitos das nossas relações?

Vamos refletir — fui desperto as 4:20h pelo meu pequeno Jr. (de 15 meses), aliás —, como é de praxe nestas semanas (fase do nascimento dos dentes) — nem sei ao certo se foi a quinta ou sexta vez durante a noite, mas recordei dos outros seis filhos meus que foram tão diferentes! — Porque somos tão diferentes? – despertei, e cá reflito.

Como aprendiz de cozinheiro, estudante de psicanálise e do espiritismo, quero propor a seguinte analogia: o ser — sendo composto de parte biológica e parte mental é uma cebola.

Segundo estudos sobre o desenvolvimento da psique de indivíduo dando conta de que são as influências das experiências da mãe no período gestacional, findam por se integrar sua própria psique e a do feto também, isto é, a mente da genitora influência a própria (alma) e a do bebê.

Fazendo uma analogia da cebola, se houvesse uma doença ou defeito de crescimento entre as camadas seria uma marca visível para toda a cebola. Tal como ocorre na construção do aparelho psíquico do indivíduo: um trauma.

Assim, como nas cebolas os defeitos entre as camadas são os registros traumáticos que afetam o desenvolvimento saudável do ser dali adiante.

Pensando na formação do ser: (indivíduo/sujeito), como uma cebola (em camadas) — as camadas mais profundas são como as experiências das vidas passadas, — poderíamos investigar em análises (no divã) ou como segundo os espiritas, se tratam das consequências de vivências de outras encarnações, seja como for, sabemos:

Pela psicologia analítica de C.G. Jung: “que há o inconsciente coletivo” — o qual observamos nas figuras arquetípicas: modelos de comportamentos; o que escreveu o mineiro espírita Chico Xavier relatando o espírito Joanna de Angelis: “a existência de um inconsciente profundo”, por fim, e não menos importante, o pai da psicanálise Freud, disse das “sombras no inconsciente e os recalques” — experiências que o ego reluta em integrar a mente consciente, mas que influenciam na vida do indivíduo.

Nesta singela analogia: o nosso interior se assemelha a uma cebola — divido em camadas. Poderíamos sugerir que as experiências cotidianas tanto biológicas como mentais, ambas são gravadas numa das camadas da nossa cebola.

Então, quando olharmos para cebola com sua casca fina de coloração pálida, por vezes seca, se assemelha a persona: máscara social — utilizada nas nossas relações com o outro. Assim, se pensarmos nesse sentido, a parte interior (o meio da cebola) é onde contem a essência do pé de cebola, a nossa alma imortal.

Sendo, portanto, o núcleo da cebola o resultado das nossas vivências, o nosso self: o centro do que somos. Essa parte de nós que carrega a essência do ser que somos, ou seja, os resultados das nossas experiências.

Você é único, porque tem a centelha que reage a cada experiência: seja interior ou exterior de maneira peculiar. Sua subjetividade é no fundo o próprio livre arbítrio. Acredite você ou não, o desenvolvimento da psique sofre as consequências das experiências mentais da nossa própria genitora.

Por fim, o presente será parte do inconsciente profundo numa próxima vida e as barreiras da subjetividade existente podem ser removidas a depender da evolução moral do ser. Por cento, que as diferenças entre nossas almas só desaparecerão ao atingirmos elevada moral. É o que os antigos designaram como seres crísticos. Da realização plena do indivíduo que nasce o ser integral, isto é, a formação, o nosso self: resultado do conjunto de todas nossas experiências.

SER HUMANO: QUESTÃO DE CONSCIÊNCIA

Quando falamos em evolução do ser humano é muito comum pensarmos sobre aspectos intelectuais, culturais, etc., mas, não é só disso que trata a evolução do espírito humano.

Em algum momento das nossas vidas, uns desde cedo outros por força de leis, seja como for, é fato nos defrontaremos com o princípio da dignidade da pessoa humana: conceito filosófico e abstrato que determina o valor inerente da moralidade, espiritualidade e honra de todo o ser humano sem preconceitos.

Porque é relevante revisitar esse princípio? —, trata-se do bem proceder como ser humano, porque, na prática do dia-a-dia, é incomum constatarmos o modo de agir com o outro indistintamente, tendo como motivação apenas pelo princípio de humanidade.

Se isso lhes parecer utópico, cuidado, porque perto estará das fileiras dos indivíduos medianos os quais a evolução espirito humano esteja estagnada.

Pensar em questões de humanidade não é novo entre os povos da terra. Vamos recuar brevemente pela história para constatar o que diziam os antigos para refletirmos.

Na filosofia do século VI a.C., (o nascimento e uma nova maneira de pensar do indivíduo: como ser dotado de razão e capaz de buscar por si as respostas, superando a visão mitológica vigente à época). Foi a partir de Sócrates, século V a.C. pelos escritos dos discípulos seus discípulos, por exemplo, por Aristóteles encontramos um pensamento humanitário, “a finalidade do homem é fazer o bem”, também, são reflexões atribuídas a Sócrates as que dizem “penso que não ter necessidade é coisa divina e ter as menores necessidades possíveis são as que mais se aproxima do divino”.

Depois, pelos escritos bíblicos: antigo e novo testamento, judaica século VI, a.C. e cristão séculos I e II a.D., respetivamente. Essas obras, foram o trabalho de centenas de autores, mas, é consenso entre os historiadores de que os escribas do livro sagrado foram os sábios do seu tempo, e nos legaram todo um conjunto de regras morais que elevaram os valores morais ao reafirmar os conhecimentos filosóficos do seu tempo, que e até hoje influenciam, sobretudo, no lado ocidental da terra a vida de bilhões de indivíduos.

Então! A ideia das coisas divinas, está diretamente ligada a algo que denota a elevada moral da providência à inteligência suprema do universo

Trata-se de algo que está impresso na alma humana, que observamos pelos atos de grandeza e excelência nas atitudes altruístas designadas de seres de eleva moral, os ditos Deuses.

Verifica-se, também, que dentre as virtudes apreciadas pelo divino se destacam as qualidades morais do indivíduo. São essas, as que distinguem uma pessoa comum daquela considerada eleita —, a que vive e age segundo o “coração de Deus”. 

O que nos leva a aferir, que o apreço de Deus para com os humanos, segundo os textos sagrados, é pautado numa prática de conduta ética e de elevada moral

Ao terminamos a nossa breve viagem ao passado, visitaremos mais um texto, os ensinamentos Cabalísticos (I, a.C.) —, escrito no Livro Zorah (O Explendor): “… é o desejo de dar, é preferível ao desejo de receber” — tal como é, “o amar o próximo como a si mesmo” da referida Bíblia Sagrada.

Fato é, que no agir com elevada moral invariavelmente exige um comportamento anti-egoico, isto é, ter em primeiro plano o bem-estar do outro como se fosse um desejo. Certamente isso, é contrário ao princípio do desejo puro, isto é, simplesmente do nosso ego.

Então, se outro é como a nós mesmos —, o porquê praticamos o mal contra nosso semelhante?

Se o humano é essencialmente guiado por desejos (egoicos) podemos verificar que o ponto central aqui contradiz o ideal divino para nós. Ou que talvez, a nossa espécie, tenha uma existência predestinada desconhecida para consecução de um propósito de unidade, onde todos somos um.

Não é sem razão que no século XX, no pós-segunda grande guerra, se popularizou um instituto jurídico internacional que abarca um conjunto de garantias positivas inerentes a todos os humanos: “o respeito à dignidade da pessoa humana”.

Porquanto, o desejável para uma existência digna, é que a vida do outro importa tanto quanto a nossa própria. E, isso, vai muito além de uma mera moralidade religiosa. Trata-se, viver de maneira altruísta: de pensar e agir com o outro como ser humano.

Das grandes lições que aprendemos nesse breve giro pela história antiga, seja na filosofia, teologia ou nos costumes, ao que tudo sugere a humanidade está toda conectada, ou seja, como se fosse um só corpo, um só ser.

Portanto, trata-se, afinal, de um agir (do espírito) humano: com ética e moral elevada. Tal como fez o carpinteiro de Nazaré, Rabino Yeshua (Jesus latinizado) há mais de vinte séculos, que mesmo sendo ele um espírito elevado viveu a níveis humanos e nos legou uma das maiores lições na vida: ensinou que tudo é possível para o ser humano, bastando ter fé no bem agir em comum, pois é esse o princípio maior das faculdades humanas.

AUTORREALIZAÇÃO: O QUE É O SUCESSO PLENO?

Existe a verdade e as coisas que pensamos ser as certas, tudo é uma questão de escolha —, e cada gesto nosso é que denota o quanto anda o nosso nível de consciência moral.

Visto que ao nos questionarmos, por exemplo, sobre o sucesso pessoal, há atitudes que deve assertivamente nos impactar em primeiro lugar.

A começar pelo questionamento: O que existe de mais importante numa autorrealização?

Inicialmente, podemos escolher atingir determinado patamar em qualquer área das nossas vidas, como vencer e obter o sucesso, mas julgo impossível fazê-lo apenas percorrendo o caminho mais rápido. Depois, que perseguir metas é importante, mais ainda o é, não perdermos o foco com relação ao caminho da nossa evolução como ser humano.

Quantas vezes nos obstáculos (experiências indesejáveis) mudamos e perdemos o rumo?

Além disso, superar metas são importantes, mas a maneira com que reagimos as nossas decepções e dores, por vezes podem nos fazer esquecer o que somos e não observar aos propósitos verdadeiros que nos elevam moralmente.

Por isso, nem sempre vencer a batalha não significa “ganhar a guerra”! Essa, deve ocorrer se atingirmos segundo ideais elevados.

Podemos escolher e ser vitoriosos, mas o resultado de tal conquista envolve superar tropeços e intempéries ao longo do caminho, visto que isso, também fazem parte integral do processo da autorrealização.

Ao ponto que invariavelmente quando erramos, essas falhas nos servem para ajustar as metas, o rumo, porque é fundamental que aprendamos com as nossas falhas.

Quantas vezes à primeira vista parece que nunca conseguiremos, mas se dermos razão a isso acabamos por desviar do objetivo. O objetivo nunca deve mudar ao longo da jornada somente as metas mudam.

A verdade diz que o sucesso que sobrevier será perfeito se observarmos determinados códigos (procedimentos), os quais, nortearão nossas metas do nosso bom agir no rumo dos objetivos almejados.

Tais procedimentos, dizem a maneira com que as nossas conquistas reverberar naqueles que estão em nosso entorno, pois, é isso o melhor guia do proceder correto que conduzem as nossas realizações ao próximo nível.

Como indivíduo, por vezes pensamos que sabemos muito, mas é nisso que mais nos enganamos, porque aqueles que julgam saber tudo se perdem pelo caminho da racionalização pura. Penso, que tudo é uma questão de escolha, sobretudo, a maneira que nos interpretamos a cada estágio da vida da nossa evolução moral.

Pois, desde o momento em que lançarmos em qualquer empreitada, devemos ter em mente que tão importante quando saber o destino, é necessário analisar o que cada experiência fez ao nosso bem agir para com o outro. Disso que depende a nossa autorrealização.

Muito já foi dito, que somos almas vivendo que como seres que somos, e que a vida é uma jornada com propósitos (objetivos). Por isso, tanto maior é aquilo que almejamos, tanto maior deve ser a experiência que nos transforme numa melhor versão de nós mesmos.

Aprendi de maneira muito peculiar buscar entender o propósito por trás de cada vitória, de cada sucesso. Às vezes até quando falhamos, e aparentemente não conseguimos tudo que almejamos, vale pela experiência vivida.

Ademais, nunca esqueçamos de que não vivemos sozinhos neste mundo, e o que fazemos com as nossas escolhas durante o processo, são tão importantes quando as próprias vitórias.

Compreendi que existem essas leis (instruções) que estão latentes em todos nossos atos frente a verdade universal. Que, seja qual for o nosso objetivo é preciso, termos em mente a maneira com que nos comportamos em cada conquista. Por exemplo, o bem proceder, que deve nortear sempre as nossas ações, assim como, as lições aprendidas no curso das nossas vidas.

Cada ação que realizamos deve servir para edificar as nossas relações segundo regras morais elevadas, porque é fundamental impactar positivamente a vida de outros também.

Por isso, que o nosso sucesso em nada adiantará se não edificarmos a vida de outrem. Será um saber inócuo ou apenas prazer, e esse, não edifica nada.

Portanto, cada conquista deve ser seguida de uma edificação moral nobre, tais como (justiça, bondade e fraternidade), é agora que tomamos a posse de fato das nossas vitórias/conquistas. O que significa dizer, que devemos ir além das nossas meras satisfações pelo sucesso. O sucesso pode até ser tudo, desde que se considere o aprendizado e a qualidade das vitórias, sobretudo, na relação como outro e o com mundo circundante.

REFLEXÃO: PORQUE O INSUCESSO TE AFETA TANTO

Deve mesmo haver mesmo, parafraseando Shakespeare, muita coisa entre o céu e à terra além do que pensa nossa vã filosofia. Pois, quando mais se tenta a compreender a existência, tanto mais, é surpreendido por eventos imprevisíveis.

Há tantas coisas que empreendemos visando obter resultado x ou y, no entanto, somos surpreendidos por imprevistos e falhamos.

Então! Será que existe alguma maneira mais eficaz para investirmos as nossas energias e não sermos surpreendidos quando sobrevierem os piores resultados?

Sigmund Freud disse certa vez, que existe no mínimo três atividades as quais é impossível se chegar a um resultado satisfatório, o mestre da psicanálise se referia a educar, governar e curar.

Contudo, quantas vezes tais ocupações perpassam as nossas vidas em breve espaço de tempo —, quem poderá dizer que nunca se decepcionou tentando ensinar alguém? ou, quando administramos as próprias coisas? ou ainda, nas tentativas de se obter a cura de algum mal?

Seja como for, é fato que ao empreendermos as mais diversas atividades, e sobre as quais, criamos muitas expectativas, mas isso não garante êxito.

Porque na medida que nos tornamos mais assertivos frente as causas de algo que nos afligem, deveríamos, antes, ter uma convicção em mente, qual seja? Que a possibilidade de nos decepcionarmos é mais evidente que a dada resolução satisfatória propriamente dita!

Tinha um colega no trabalho, um sujeito estranho, mas se encarregava das piores missões da empresa, e ao assumir dado compromisso penoso dizia: você deve se lançar para resolver algo tendo em mente uma certeza (a coisa pode dar errado). Dizia isso de maneira bem assertiva, porque essa era a sua única certeza. Justificava sempre, que seja qual fosse o outro resultado que ocorresse isso seria lucro, o sucesso.

Se pensarmos um pouco, meu colega tinha uma maneira até positiva de observar as coisas, isto é, não criar expectativas otimistas e simplesmente encarar. E, seja o que sobrevier, aceitar sem drama, ou seja, o resultado se deve receber com bom ânimo, porque seja o que for que se almeja, ele nem sempre dependerá somente do próprio esforço.

Portanto, o insucesso te aflige tanto é devido à maneira de encarar a vida. Esforçar-se é necessário, é óbvio, mas sem muita ansiedade/‘stress’. Comece com uma sugestão saudável: nunca se deixar levar pelo modismo ala coach, “Se pensar positivo conseguirá, blá, blá, blá… Parafraseando Mario Puzo, no livro poderoso chefão, “na vida é o que é”.  E, se falhar recomesse, recomesse, recomesse…

O INDIVIDUO: PORQUE É IMPORTANTE SABER QUEM SOMOS?

Será que na vida sempre estaremos as voltas com problemas? Quem nunca desejou a felicidade, vivenciar um estado de bem-estar duradouro? Tudo que ocorre deriva de alguma de lei eterna ou é apenas fruto da nossa escolha? Será que tudo não passa de uma ilusão?

Penso que pelo simples fato de nos ocorrer esses questionamos, sugere haver algum fundamento que vale pena investigar, refletir.

Quando refletirmos sobre isso, percebemos que não se trata de mero fruto da nossa imaginação, mas, que talvez se deva as lembranças, ‘insights’ do nosso inconsciente, e/ou provêm dos anseios do nosso espirito imortal!

Conta uma história antiga da mesopotâmia, (terras localizadas entre os rios Tigre e o Eufrates, esse dito local, foi o berço da civilização mais antiga que temos registros). Reza a lenda, que havia um jovem que tudo questionava! E, o fazia, desde tenra idade. Idealizava sobre a existência de um ser supremo, um único criador de todas as coisas. Em sua busca passa a observar o sol, questionava: “será que o criador de tudo é o sol?”  —, após o período diurno o sol o desaparecia no horizonte. Dizia então, “não, o sol não deve ser o criador porque o seu esplendor e calor desaparece e um novo luminar surge, a lua. Logo, pensou: “esse deve ser mais poderoso por tomar o lugar do sol”. Contudo, ao alvorecer o sol ressurgia com seu esplendor característico, e a vida diurna voltava a fluir com toda sua grandeza. Assim, conjecturava: “a lua não poderia ser o criador, porque cede novamente aos potentes raios do sol”. Entretanto, tal elementar constatação, levou o jovem buscador a se questionar ainda mais, talvez estes, o sol diurno e a lua noturna não poderíamos ser os criadores de todas as coisas. E, sua busca continuava. Certo vez quanto com cinquenta anos e o assunto ainda lhe perturbava a mente, e ocorreu a Abraão, (Lech Lechá!) —, “Vá para ti mesmo!” —, Se a busca no mundo exterior não teve sucesso, talvez, devesse procurar as respostas dentro de si.

Quanto a nossa realidade, sabemos que muitas teorias teológicas e filosóficas foram forjadas ao longo da história, mas nunca houve uma conclusão que acalentasse o espirito humano sobre as questões postas.

E, o homem continua se questionando: de onde viemos, o que somos, e se há algum propósito para tudo o que nos ocorre. Qual o sentido da vida —, qual o sentido de uma existência —, tudo que dela deriva, é algo predestinado ou apenas consequência de alguma lei eterna —, como a causa e efeito?

As contribuições das ciências mais avançadas do nosso tempo, essas que criam progressivamente um sem número de conhecimentos, mas seu foco é explicar os mistérios da criação do universo, e afins. Talvez, a essência humana continue sendo o maior enigma da humanidade. Contudo, é de se pensar, (que de nada adianta saber muito sobre o universo e tão pouco sobre a própria mente humana).

Compreender própria mente, isto é, pensamentos, intuições, emoções, etc. são os maiores desafios do indivíduo.

Vale a pena saber quem somos, porque existimos, e se há algum propósito para cada existência. Penso que na busca empreendida, por exemplo, para encontrar um criador é que nasceu o desejo do homem de conhecer a si mesmo.

Então, a jornada da autoconhecimento, da busca por si mesmo, já esteve por muito tempo na obscuridade, e também invariavelmente fora tratado como um tabu por milhares de anos. E, hoje ainda é, por exemplo, as religiões com suas teologias propagam dogmas, estes, que afastam cada vez mais o homem de si mesmo, da sua essência.

Afortunados são os indivíduos que não buscam intercessores entre o ser e a sua essência!

Sou inclinado à ideia de que as respostas existenciais, só podem, como concluiu aquele jovem caldeu há mais de quatro mil anos, ser encontradas ao irmos em direção ao nosso interior, para dentro de si.

Descobertas, sobretudo, do início do século XX sobre o funcionamento da psique humana foram sem dúvidas adventos que desmistificaram o tema quando ao ser e sua essência. As contribuições da psicanálise de Freud, por exemplo, foi uma das teorias que visam investigar a alma humana, o funcionamento da mente humana, e suas implicações no cotidiano.

Numa alusão aos estudos da psique, somos seres complexos, é óbvio, por e não há uma teoria pronta segundo a qual, podemos definir quem somos, mas é a partir da compreensão da mente humana integralmente (consciente e inconsciente) um caminho reto para encontrarmos a nós mesmos, para conhecer a nossa essência. (O eu que pensa e sabe que pensa!), só assim, podemos ir além do que pensamos que somos.

Portanto, ao conhecer a nós mesmos com profundidade poderemos descobrir as pistas do que somos, como existência. E, ao fazermos isso, encontraremos as respostas, as justificativas dos porquês dos nossos problemas, alentos para nossas aflições e aprenderemos a diferença tênue existente entre realidade e ilusão.

PORQUE É IMPORTANTE DESCOBRIR QUEM SOMOS

Desde tempos imemoriais na história da humanidade, que nem sequer podemos rastrear, é fato que houve sempre o interesse pela compreensão dos nossos comportamentos e desejos: (porque somos como somos, tão diferentes de outros?).

Nas questões como: porque meu irmão age tão diferente de mim. Porque não sou igual meu pai, mãe… —, talvez eu seja a ovelha negra da família… — porque sou estranho no ninho? — pode ser que você nunca tenha pensado nisso, mas é fácil de se constatar: (Você difere mesmo dos seus mais íntimos parentes).

Então, porque somos assim —, diferentes? — Isso vale a nossa reflexão de hoje.

Em muitas culturas ao redor do globo, é possível verificar os adágios populares: “filho de peixe peixinho é” e “pau que nasce torto nunca endireita, etc.” são uma grande balela.

Então, por onde começar a busca para compreender esse (mistério)? — Penso, que o melhor laboratório para encontrar respostas para essa questão é conhecer a nossa própria existência, a vida cotidiana.

Primeiramente, devemos nos despir de preconceitos e aceitar que existe algo em cada um que nós, que nos diferencia dos demais. — Cada ser, é um indivíduo e como tal, temos peculiaridade só nossas, a nossa subjetividade!

Como empirista que sou, e nesta questão, devo contrariar o mestre Piaget.

Somos frutos de uma combinação de fatores inatos (nascemos assim ou assado), soma-se a isso, as questões ambientais e nossa interação social. É dito que sofremos muitas influências de fatores externos que nos são alheios, ou seja, temos a nossa vontade livre, mas antes de tudo, somos seres como enorme carga subjetiva que até hoje não podemos dizer com clareza o porquê disso.

Na visão da psique humana, a ciência não tem todas as respostas, mas, podemos ao menos especular o motivo pelo qual diferimos se trata de uma constante da condição humana, a nossa individuação. Somos seres únicos.

E, porque isso é importante? —, ora, embora a psicologia moderna possa atestar que temos aptidões x ou y, mas isso não responde quem de fato somos.

Certa vez estava ouvindo uma jovem culta falar de si mesma e disse de maneira enfática sobre o seu comportamento, “que tinha sua maneira de (constatar) o mundo, seu modo de ser”.

A questão deve ser respondida ao longo da própria existência pela busca do autoconhecimento. Você pode ser filho de alguém que age assim ou assado e ter adquirido erudição, mas isso, não é suficiente para dizer muito só si mesmo.

Portanto, a responder à questão (somos quem somos) é essencial porque a partir dela poderemos descobrir um sentido para própria existência e conquistar assim a satisfação plena nesta existência.