Por que você é único?

Toda a alma humana é única. No contexto da psicanálise, é designada como psique (mente consciente e inconsciência), coloquialmente dizemos: “a consciência do sujeito que varia de indivíduo para indivíduo”. Porquanto, não importa o paradigma utilizado para aferir as semelhanças: indivíduos de uma mesma família com o mesmo nível intelectual e social, são diferentes.

Então, tais características distintas são profundas e afloram ao longo da existência (vida) nas relações com o outro. É fato, que se evidencia no modo de agir e/ou pelo comportamento entres os sujeitos.

Tem um ditado “os dedos das mãos não são iguais.”. Tais, como são os dedos das mãos são também entre próprios irmãos.  Não há pessoas iguais às outras e como dizia minha filha Rebeca aos 5 aninhos “cada pessoa é uma pessoa”.

Quantas vezes ouvimos ao longo da vida seguinte assertiva: “meu filho é tão diferente de mim” ou “eu e meu irmão(a) não temos nada em comum”. Esse fato que nos leva a refletir: porque isso ocorre? — quer dizer, por que existem tantas diferenças de personalidade dos sujeitos das nossas relações?

Vamos refletir — fui desperto as 4:20h pelo meu pequeno Jr. (de 15 meses), aliás —, como é de praxe nestas semanas (fase do nascimento dos dentes) — nem sei ao certo se foi a quinta ou sexta vez durante a noite, mas recordei dos outros seis filhos meus que foram tão diferentes! — Porque somos tão diferentes? – despertei, e cá reflito.

Como aprendiz de cozinheiro, estudante de psicanálise e do espiritismo, quero propor a seguinte analogia: o ser — sendo composto de parte biológica e parte mental é uma cebola.

Segundo estudos sobre o desenvolvimento da psique de indivíduo dando conta de que são as influências das experiências da mãe no período gestacional, findam por se integrar sua própria psique e a do feto também, isto é, a mente da genitora influência a própria (alma) e a do bebê.

Fazendo uma analogia da cebola, se houvesse uma doença ou defeito de crescimento entre as camadas seria uma marca visível para toda a cebola. Tal como ocorre na construção do aparelho psíquico do indivíduo: um trauma.

Assim, como nas cebolas os defeitos entre as camadas são os registros traumáticos que afetam o desenvolvimento saudável do ser dali adiante.

Pensando na formação do ser: (indivíduo/sujeito), como uma cebola (em camadas) — as camadas mais profundas são como as experiências das vidas passadas, — poderíamos investigar em análises (no divã) ou como segundo os espiritas, se tratam das consequências de vivências de outras encarnações, seja como for, sabemos:

Pela psicologia analítica de C.G. Jung: “que há o inconsciente coletivo” — o qual observamos nas figuras arquetípicas: modelos de comportamentos; o que escreveu o mineiro espírita Chico Xavier relatando o espírito Joanna de Angelis: “a existência de um inconsciente profundo”, por fim, e não menos importante, o pai da psicanálise Freud, disse das “sombras no inconsciente e os recalques” — experiências que o ego reluta em integrar a mente consciente, mas que influenciam na vida do indivíduo.

Nesta singela analogia: o nosso interior se assemelha a uma cebola — divido em camadas. Poderíamos sugerir que as experiências cotidianas tanto biológicas como mentais, ambas são gravadas numa das camadas da nossa cebola.

Então, quando olharmos para cebola com sua casca fina de coloração pálida, por vezes seca, se assemelha a persona: máscara social — utilizada nas nossas relações com o outro. Assim, se pensarmos nesse sentido, a parte interior (o meio da cebola) é onde contem a essência do pé de cebola, a nossa alma imortal.

Sendo, portanto, o núcleo da cebola o resultado das nossas vivências, o nosso self: o centro do que somos. Essa parte de nós que carrega a essência do ser que somos, ou seja, os resultados das nossas experiências.

Você é único, porque tem a centelha que reage a cada experiência: seja interior ou exterior de maneira peculiar. Sua subjetividade é no fundo o próprio livre arbítrio. Acredite você ou não, o desenvolvimento da psique sofre as consequências das experiências mentais da nossa própria genitora.

Por fim, o presente será parte do inconsciente profundo numa próxima vida e as barreiras da subjetividade existente podem ser removidas a depender da evolução moral do ser. Por cento, que as diferenças entre nossas almas só desaparecerão ao atingirmos elevada moral. É o que os antigos designaram como seres crísticos. Da realização plena do indivíduo que nasce o ser integral, isto é, a formação, o nosso self: resultado do conjunto de todas nossas experiências.

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O INDIVIDUO: PORQUE É IMPORTANTE SABER QUEM SOMOS?

Será que na vida sempre estaremos as voltas com problemas? Quem nunca desejou a felicidade, vivenciar um estado de bem-estar duradouro? Tudo que ocorre deriva de alguma de lei eterna ou é apenas fruto da nossa escolha? Será que tudo não passa de uma ilusão?

Penso que pelo simples fato de nos ocorrer esses questionamos, sugere haver algum fundamento que vale pena investigar, refletir.

Quando refletirmos sobre isso, percebemos que não se trata de mero fruto da nossa imaginação, mas, que talvez se deva as lembranças, ‘insights’ do nosso inconsciente, e/ou provêm dos anseios do nosso espirito imortal!

Conta uma história antiga da mesopotâmia, (terras localizadas entre os rios Tigre e o Eufrates, esse dito local, foi o berço da civilização mais antiga que temos registros). Reza a lenda, que havia um jovem que tudo questionava! E, o fazia, desde tenra idade. Idealizava sobre a existência de um ser supremo, um único criador de todas as coisas. Em sua busca passa a observar o sol, questionava: “será que o criador de tudo é o sol?”  —, após o período diurno o sol o desaparecia no horizonte. Dizia então, “não, o sol não deve ser o criador porque o seu esplendor e calor desaparece e um novo luminar surge, a lua. Logo, pensou: “esse deve ser mais poderoso por tomar o lugar do sol”. Contudo, ao alvorecer o sol ressurgia com seu esplendor característico, e a vida diurna voltava a fluir com toda sua grandeza. Assim, conjecturava: “a lua não poderia ser o criador, porque cede novamente aos potentes raios do sol”. Entretanto, tal elementar constatação, levou o jovem buscador a se questionar ainda mais, talvez estes, o sol diurno e a lua noturna não poderíamos ser os criadores de todas as coisas. E, sua busca continuava. Certo vez quanto com cinquenta anos e o assunto ainda lhe perturbava a mente, e ocorreu a Abraão, (Lech Lechá!) —, “Vá para ti mesmo!” —, Se a busca no mundo exterior não teve sucesso, talvez, devesse procurar as respostas dentro de si.

Quanto a nossa realidade, sabemos que muitas teorias teológicas e filosóficas foram forjadas ao longo da história, mas nunca houve uma conclusão que acalentasse o espirito humano sobre as questões postas.

E, o homem continua se questionando: de onde viemos, o que somos, e se há algum propósito para tudo o que nos ocorre. Qual o sentido da vida —, qual o sentido de uma existência —, tudo que dela deriva, é algo predestinado ou apenas consequência de alguma lei eterna —, como a causa e efeito?

As contribuições das ciências mais avançadas do nosso tempo, essas que criam progressivamente um sem número de conhecimentos, mas seu foco é explicar os mistérios da criação do universo, e afins. Talvez, a essência humana continue sendo o maior enigma da humanidade. Contudo, é de se pensar, (que de nada adianta saber muito sobre o universo e tão pouco sobre a própria mente humana).

Compreender própria mente, isto é, pensamentos, intuições, emoções, etc. são os maiores desafios do indivíduo.

Vale a pena saber quem somos, porque existimos, e se há algum propósito para cada existência. Penso que na busca empreendida, por exemplo, para encontrar um criador é que nasceu o desejo do homem de conhecer a si mesmo.

Então, a jornada da autoconhecimento, da busca por si mesmo, já esteve por muito tempo na obscuridade, e também invariavelmente fora tratado como um tabu por milhares de anos. E, hoje ainda é, por exemplo, as religiões com suas teologias propagam dogmas, estes, que afastam cada vez mais o homem de si mesmo, da sua essência.

Afortunados são os indivíduos que não buscam intercessores entre o ser e a sua essência!

Sou inclinado à ideia de que as respostas existenciais, só podem, como concluiu aquele jovem caldeu há mais de quatro mil anos, ser encontradas ao irmos em direção ao nosso interior, para dentro de si.

Descobertas, sobretudo, do início do século XX sobre o funcionamento da psique humana foram sem dúvidas adventos que desmistificaram o tema quando ao ser e sua essência. As contribuições da psicanálise de Freud, por exemplo, foi uma das teorias que visam investigar a alma humana, o funcionamento da mente humana, e suas implicações no cotidiano.

Numa alusão aos estudos da psique, somos seres complexos, é óbvio, por e não há uma teoria pronta segundo a qual, podemos definir quem somos, mas é a partir da compreensão da mente humana integralmente (consciente e inconsciente) um caminho reto para encontrarmos a nós mesmos, para conhecer a nossa essência. (O eu que pensa e sabe que pensa!), só assim, podemos ir além do que pensamos que somos.

Portanto, ao conhecer a nós mesmos com profundidade poderemos descobrir as pistas do que somos, como existência. E, ao fazermos isso, encontraremos as respostas, as justificativas dos porquês dos nossos problemas, alentos para nossas aflições e aprenderemos a diferença tênue existente entre realidade e ilusão.

REFLEXÃO: POR QUE SABER DE SI, É DESAFIADOR E MARAVILHOSO?

Se já lhe ocorreu um pensamento, mesmo que vagamente, um questionamento sobre o sentido da sua existência, ou, por a vida ser como é? Acredite! Você está diante de um dos maiores desafios da sua vida, encarar a si mesmo e, em simultâneo, é uma oportunidade.

Quem pode dizer que se conhece em profundidade? Será que o que sabe é toda a verdade sobre si? Tente um auto questionamento: respondendo honestamente sobre você, como realmente é —, se pensa dizer em algo como: “sou fulano(a), filho(a) de sicrano, casado(a) ou solteiro(a), minha formação é tal, trabalho com x, etc.”, é certo que bem pouco sabe de si.

Tem aquela célebre frase do pai da psicologia analítica, Carl G. Jung – “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta.” —, não é sem razão que o mestre Jung resumiu a busca do autoconhecimento, o conhecimento de si, nesta bela metáfora.

Portanto, buscar a verdade honestamente sobre quem é, exige ouvir a si mesmo sem reservas: dialogando com as camadas mais profundas da própria psique: muito além dos instintos, desejos e emoções. Deve ir fundo na toca do coelho — (Alice no país das maravilhas). —, uma sugestão, preste mais atenção nos símbolos observados nos sonhos.

REFLEXÃO: O FUNDO DO POÇO E A FELICIDADE

É preciso força de vontade para bater as portas do universo e questionar os porquês das coisas, que são como são em nossas vidas!

Pessoas determinadas, são todas aquelas que escolhem ver nas dificuldades e nos momentos de grandes aflições, como oportunidades. Esses indivíduos, enfrentam a voz interior até que essa se cale, mesmo insistindo ao dizer: “esse é o fundo do poço da sua vida!”

Nesta reflexão, vamos falar de possibilidades de vivermos as nossas realidades muito além do fundo do poço. E, como sempre fazemos aqui, tudo nos baseamos no empirismo, na experimentação. Vamos lá…

Indistintamente, são através dos momentos “difíceis” que o universo nos franqueia as oportunidades para nos questionarmos, a começar pelos nossos valores, crenças e modelos de comportamentos que assimilamos ao longo das nossas vidas.

Usando o silogismo, é correta a assertiva de que: o sol que traz luz e calor para aquele que sorri é a mesma estrela que permite iguais benefícios para aqueles que atentam contra a própria vida, os suicidas. 

Entretanto, se pensarmos um pouco é valida a assertiva acima, e dá até para expandi-la para todos os setores da vida, por exemplo, carreira, relacionamentos, vida em sociedade, etc. Alguém poderá até dizer “falar e fácil!” —, mas, discordamos.

Quem viveu experiências com vivências indesejáveis e passou por situações muito além das convencionais, corroboram os argumentos para advogar em sentido contrário. Só pelo empirismo tem-se tal compreensão das consequências das nossas escolhas, isto é, aqueles indivíduos que defrontaram seus maiores medos e os venceram apenas por encará-los como aprendizado, concordarão.

E a felicidade? —, de igual modo. Porque os momentos felizes nunca acontecem da mesma maneira e intensidade para todo mundo, há indivíduos que somente lamentam e fixam morada permanente no sombrio fundo do poço. Para esses, só lhes restam a infelicidade. 

A felicidade, porquanto, nos alcança sempre desde as consequências das nossas próprias escolhas e não necessariamente só das nossas ações, mas pela maneira pela qual contemplamos o nosso mundo. 

E, ao que tudo sugere, acontece invariavelmente sempre que escolhemos mudar a nossa percepção de mundo, por exemplo, o indivíduo que somos aparentemente continua o mesmo, mas a maneira pela qual olhamos para o mundo muda e, não mais o percebemos como antes.

Se observarmos atentamente, notaremos que a mudança ocorre no nosso interior (na nossa alma), isto é, uma nova visão de mundo que surge e ilumina todo o nosso ser, despertando a nossa psique para um novo e mais amplo horizonte.

Dentre outros aspectos, a mudança interior, guarda relação direta com os nossos desejos, sonhos e aspirações, porque agora eles se concentram mais em nossas próprias e reais expectativas, e não mais nas dos outros.

É por isso, que assim podemos superar toda sorte de dificuldades: privação, solidão e limitação, pois, não nos vemos mais “no fundo do poço”, isto é, aquela condição era apenas consequências momentâneas fruto das nossas escolhas.

Contudo, vale relembrar, que a felicidade real não existe como algo padronizado, como um necessário ter ou um dever estar, ou seja, algo verificável pelo: volume de dinheiro X, relacionamento amoroso Y, amigos abc, etc. —, foi isso que chamei de felicidade “ala-carte”. São apenas apegos de um entendimento estreito, aquele gerador de consequências ruins, portanto, de infelicidade.

Por fim, o “fundo do poço” assim como a felicidade são de certo modo uma mera questão de autopercepção interior da vida. Porém, é óbvio, que a felicidade e o fundo do poço não coexistem em nossa alma. Aliás, acreditemos ou não, todos somos seres portadores de uma alma imortal e que uma existência (a vida) é apenas o meio pelo qual acontece nosso aprendizado.

REFLEXÃO: DIFICULDADES x PROBLEMAS

Quem poderá dizer que nunca teve problemas? Quem ainda, poderá afirmar que resolver problemas seja tarefa simples? E, quem não gostaria de aprender como superar problemas?

Para nossa reflexão, convém antes, conceituar o que se entende por dificuldade. Segundo o dicionário, dificuldade é o mesmo que: apuros, complexidades, complicações, contrariedades, contratempos, hesitações, impedimentos, indecisões, obstáculos. —, são os mais diversos dilemas, dissabores que enfrentamos no dia-a-dia.

Nesta reflexão, vamos discorrer breve e objetivamente sobre o tema. Mas, é preciso estabelecer um escopo para o estudo: que terá foco no indivíduo, porque talvez seja nesta esfera que temos plena autoridade, isto é, no mundo das nossas escolhas.

E, ao tudo sugere os maiores problemas geradores de “dificuldades” do dia-a-dia, guardam relação direta com a maneira pela qual encaramos cada um desses dilemas, ou seja, onde colocamos o nosso foco para ataca-los.

Vamos pensar um pouco…

Se olharmos para os problemas e só enxergarmos as dificuldades trazidos por eles, isto é, observar somente as suas consequências, por certo não lograremos êxito para vencê-los. Mas, se, por outro lado, atacarmos os problemas em suas origens, especificamente nas suas causas, muito provavelmente eliminaremos por completo. 

Por fim, sobre problemas x dificuldades, devemos assimilar o seguinte: as melhores soluções para os problemas na vida são sempre as mais simples. E, é pelo caminho do autoconhecimento que podemos ir para dentro de nós (‘inside’) —, mergulhando cada vez mais fundo na toca do coelho –, por certo, encontraremos as melhores respostas para as nossas dificuldades, porque que afinal, tudo é uma questão de percepção e os monstros muitas das vezes só existem na nossa cabeça!

REFLEXÃO: A VIDA COMO A CONHECEMOS É APENAS UMA EXPERIÊNCIA?

Sobre as crianças, há algo que é consenso entre os adultos: desde tenra idade temos muita imaginação. Nessa fase da vida, podemos criar um mundo (utópico) onde a fantasia lúdica e a realidade adulta coexistem em harmonia e ao final do “era uma vez”, todos serão felizes para sempre.

Mas, será que isso é só coisa da cabeça de criança? —, atire a primeira pedra quem nunca quis voltar aquele tempo de infância: quando o mais elementar gesto do personagem de faz-de-conta era o suficiente para nos fazer rir e ter o contentamento que jamais veremos na fase adulta.

Na medida que nos tornamos adultos e somos aculturados, programados para “enfrentar” uma implacável “realidade”, que nos presenteia frequentemente com toda sorte de “mazelas” —, segundo os valores que nós mesmos atribuímos as intempéries, que são afinal, frutos das nossas próprias escolhas. Mas, que tais (problemas) nos fazem distanciar cada vez mais daqueles momentos de plenitude dos sonhos infantis e que agora se tornaram utópicos.

Nesta reflexão, gostaria de propor: se a vida como a percebemos não passasse de uma mera experimentação e não terminasse com a morte? E, se a verdade sobre a nossa existência estiver mais próxima daquilo que criamos/imaginamos na infância?

Julgo que a toda pessoa que parou e fez autoanalise (autocrítica) —, por meio do autoconhecimento —, pode constatar que deveria se ater a outras questões, por exemplo: será que viemos a esse mundo com uma missão? —, particularmente nunca me senti totalmente à vontade com minhas realizações como membro da comunidade humana —, seja pelas minhas vaidades bobas, devaneios e caprichos.

Fato é, quantos de nós se dedicam, por exemplo, aos trabalhos voluntários (ajudar outrem) apenas para ser útil e sem objetivos egoícos: (autopromoção ou reconhecimento).

Será que estamos fazendo a nossa sua parte nessa existência, nesta vida? O quanto é necessário fazer para cumprir com a nossa utilidade? Será que você está fazendo tudo que poderia fazer para ajudar a humanidade?

Por fim, se considerarmos levar a sério a nossa felicidade e a do outro —, como aconteciam em nossas brincadeiras infantis: em geral, menos egoístas. Talvez assim, a felicidade se faça mais presente em nosso dia-a-dia. Com isso, perceberemos que a nossa na existência na terra é apenas uma experimentação que visa contemplar parte da evolução da nossa alma imortal.

REFLEXÃO: A BONDADE, O QUE VOCÊ FEZ PELO OUTRO HOJE?

Desde ontem algo me perturbou. Me questionei acerca do significado da prática da bondade. Hoje, no entanto, busquei o dicionário para entender o significado: “bondade é a qualidade de quem tem alma nobre e generosa e é naturalmente inclinado a fazer o bem; benevolência, benignidade, magnanimidade”, entretanto, isso não respondeu meus questionamentos acerca do termo, na prática.

Então, como sempre faço aqui, proponho refletir um pouco sobre o que é a bondade: será que estamos de fato praticando a bondade ou apenas simulando aquilo aparentemente bom? — Penso que bondade vai muito além da mera ideia de nobreza da alma. Como empirista que sou, busco o entendimento a partir da prática. Vamos lá…

Apenas pelo ato de concordar, “apoiando”, os desejos e as expectativas de outrem, nem sempre isso significa um ato de bondade. Mas vamos consultar os universitários para compreender.

Aprendemos com os clássicos da filosofia ocidental, os gregos do (século IV.a.C.), por exemplo, para Aristóteles a bondade é “ajuda a alguém necessitado, não em troca de nada, nem da vantagem do próprio ajudante, mas em prol da pessoa ajudada“,

Depois com os ensinamentos do cristianismo, do primeiro século da nossa era, o mestre Jesus nos legou os maiores exemplos de bondade que é muito apregoado a séculos. E, pelos  escritos de Paulo de Tarso na carta aos Gálatas, destacamos: “... o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” —, Paulo sem dúvida, é meu ator favorito, sobretudo, me identifico com suas narrativas e com seu empirismo já daqueles tempos.

Por derradeiro, na filosofia prática da Profª. Lúcia Helena, ensina que: “o verdadeiro bondoso é aquele que empurra o outro em direção ao seu crescimento e aperfeiçoamento com ser humano, ainda que não sejamos reconhecidos pelo outro, ou seja, a prática do bem deixa um rastro pelo mundo por onde você passa —, resume bem a verdadeira bondade na contemporaneidade.

Será, portanto, que praticamos de fato atos “bondosos?” ou apenas atendemos os desejos e expectativas de pessoas que ainda dormem na caverna da ignorância, decorrência imediata daquela condição. Ao passo que, se lhes déssemos o que realmente seria o bom para elas, muito além das meras necessidades imediatas que nos pedem? — porque é muito comum essa nossa “bondade” se torne apenas um ato demagogo.

Por fim, há muito tempo que as mensagens de amor, benevolência e bondade vem se tornando meros temas para produção de espetáculo midiático, por exemplo, nas redes sociais, mas quanto, na prática, e eficiência nada acrescentam para os “beneficiados”. Reflitamos, então em nossos atos de “bondade”, nos questionando como naquele ditado popular: “deveríamos ensinar as pessoas pescarem ao lhe fornecer os peixes?”

REFLEXÃO: A ORIGEM DO SOFRIMENTO DA ALMA

Há mais de uma década que vi um filme com título no Brasil (Efeito Borboleta). Em tese, a trama cinematográfica trata de analisar a ordem de dado sistema que evolui a depender da sua situação inicial, isto é, como na metáfora “uma borboleta bate as asas na China e um terremoto ocorre na América do Norte”.

Nesta reflexão, convido-os a pensar um pouco sobre a origem das nossas aflições de modo geral. Óbvio, que não tenho a pretensão de esgotar o tema tão somente trazer alento ao constatarmos que nada ocorre por mero acaso.

Existem manhãs, geralmente, quando se inicia uma nova semana e vem a nossa mente todas nossas pendências, aquilo, que deveríamos resolver, mas procrastinamos. Soma-se isso, os problemas triviais de qualquer dia-a-dia: contas, compromissos, etc. Agora, com tudo isso na cabeça, esperamos que num instante uma solução mágica nos faça resolver (desaparecer) os problemas, mas isso, nunca ocorre dessa maneira para ninguém.

Então, o que ocorre certamente é que o nosso humor se altera e a frustração evolui para um estado de aflição. Que, a depender do seu grau de discernimento, culminará em desespero que tomará conta do seu interior e o sofrimento alcança à alma. A partir desse ponto, o caos se instala naquele que seria mais um comum e belo dia de sol.

Por conta disso, tudo que fizermos a seguir: escolhas e ações, são contaminados pelo nosso desequilíbrio interior (emocional), ausência de paz de espírito. Julgo que raras são as pessoas que conseguem se manter serenas e produtivas nesses momentos.

Porquanto, o sofrimento, como saberemos suas origens? — a resposta, por óbvio, confesso, é muita subjetiva  —, mas existe algo que podemos fazer para evitar que o sofrimento estrague o seu dia por completo.

Como sempre fazemos aqui no neste Blog, buscamos compreender o mundo que nos cerca a partir da compreensão de si mesmo, pelo autoconhecimento.  — Como assim? —  com algo relativamente simples, como todas as melhores soluções nesta vida, porém, nem sempre é fácil para implementarmos, isso porque, tudo depende do quanto você consegue ser honesto consigo.

Por fim, as angústias que nos afligem hoje, invariavelmente, decorrem do fato de que não aceitamos o ônus daquilo que lhes deram origem. Visto que, jamais paramos para analisar como foi que tal evento/situação evoluiu até esse momento, no presente. A parte simples dessa questão, deriva daquilo que é incontestável: foram sempre a partir das nossas escolhas e omissões, que lhes deram causa.

REFLEXÃO: PORQUE EXISTE SOFRIMENTO SE O DIVINO ESTÁ EM NÓS?

Já parou para observar a realidade do mundo que nos cerca, focando nas atitudes e nos atos humanos? —, é certo que vemos inúmeras iniciativas repletas de contradições: se de um lado o indivíduo que busca de todas as formas “seu espaço” na bonança deste mundo, por outro, essas mesmas atitudes geram um sem número de conflitos e culminam por destruir a paz de tal pessoa. Percebemos uma dualidade, tudo é dual, (bem e mal / acerto e erro / guerra e paz).

Nesta reflexão convido-os a pensar (como procuramos demonstrar nestes breves textos). Hoje, trataremos sobre se há possibilidade de superarmos essa dualidade, ou seja, (conquistar a autorrealização sem prejudicar outrem).

Utilizando como paradigma uma analogia simples, porém, muito poderosa: (A LUZ E A SOMBRA). É compreensível que a luz represente a total iluminação da consciência humana em oposição a escuridão é a total ignorância. E, só a partir de um domínio de uma espécie de trindade da revelação: (conhecimento, entendimento, discernimento) é dada a tal pessoa vencer a dualidade e chegar ao “reino dos céus”, reino do conhecimento.

Sejam quais forem os ensinamentos que nos baseamos, obteremos a mesma resposta: tauistas chamam de caminho do meio (Tao), Buda disse do equilíbrio, os judeus designam caminho da Tora, a ortodoxia cristã e os pentecostais modernos dizem a verdade, seguir cristo. Seja o que escolhermos como escolas dentre as inúmeras correntes da religiosidade, fato é, que todas tratam do mesmo tema: o caminho da evolução da alma imortal que conduz ao seu destino.

Portanto, se buscarmos o divino fora de nós por certo não encontraremos. Assim, SOFREMOS por que não temos consciência que o divino habita em nós e que fazemos parte do todo. E, se prejudicarmos outrem estamos fazendo o mesmo a nós mesmos. Contudo, só o percebemos ou teremos a consciência disso, quando despertarmos para essa realidade. Carl Jung, muito bem definiu o caminho da iluminação: “Quem olha fora sonha, quem olha dentro desperta” e a resposta é sim, EXISTE O DIVINO EM NÓS, e o caminho para descobri-lo é pelo autoconhecimento.

CAMINHO DAS PEDRAS: COMO E PORQUÊ SER ARTESÃO DA PRÓPRIA VIDA

Por que maioria de nós fracassa em nossos propósitos? — Por exemplo, as promessas que fazemos a cada início de ano, as quais invariavelmente não se realizam ao longo de doze meses seguintes? — Muitos podem até discordar, mas há algo que é determinante para conseguirmos o que desejamos num ano novo.

Trata-se de aprender e planejar as virtudes necessárias para que os nossos projetos funcionem. — A pergunta de um milhão de dólares:

O que significa fazer um planejamento para que as coisas funcionem? Como ser artesão de si?  — Basicamente, tendo mais autocontrole, o controle de si.

Vamos por partes!

Partindo do ponto em que somos humanos, seres trinos, isso é, formados de três partes. Ao mesmo tempo, temos: 1) um corpo físico; 2) a capacidade intelectual e 3) nossos sentimentos. E, parece certo que na maioria das vezes negligenciamos qualquer uma dessas partes e causamos um desiquilíbrio. Portanto, para que possamos dar o melhor de nós, significa que devemos cuidar do todo, daquilo que nos faz humanos. Primar pelo equilíbrio:

Do corpo: (Cuidados físicos) — A vida saudável pressupõe: boa alimentação, exercícios, repouso (dormir bem), abster de vícios, etc., por exemplo, quem nunca esteve envolvido numa proposta de melhorar a aparência do próprio corpo, mesmo sabendo que deveria fazer exercícios regularmente, e tudo mais? Mas, procrastina sempre e, acaba por nunca realizar nada para esse fim;

Do emocional: (Gerenciar as emoções) — Todos conhecemos pessoas que agem com emoções a flor da pele, não se dão conta de que atitudes de descontroles prejudicam tudo, seja nas relações: afetivas, familiares, amizades, profissionais e tudo mais. Ninguém é obrigado tolerar o mau-humor do outro e/ou se sujeitar aos seus disparates.

Do mental: (Limpeza mental) — Sabemos dos efeitos maléficos que os pensamentos negativos criam a nossa psique, tais como: pessimismo; violência; egoísmo; inferioridade, ódio, mágoas. Quase todos conhecemos alguém que adora acompanhar tragédias: como assistir notícias de violência; ver vídeos de cenas de tragédias; ter por hábito acompanhar noticiários policiais e afins; ouvir e/ou fazer fofocas; criticar e/ou julgar a vida de outras pessoas, etc. Quando se trata de falar mau de outras pessoas, existem verdadeiros arsenais de informações neste sentido: (programas, youtuber, ‘blogs’, grupos, etc.), sempre propagando muita maldade e tendo como base o egoísmo e os preconceitos.    

Reconexão espiritual: (Menos religiosidade e mais espiritualidade). Por vezes passamos tanto tempo nos dedicando a doutrinas religiosas e nos esquecemos que não são os fins, mas, apenas, talvez, o meio para consecução da verdadeira espiritualidade. Acredito que todos conhecemos pessoas “religiosas” que cometem atrocidades imorais e maldades psíquicas ao imporem suas crenças aos outros.  Fato é, que indivíduos muito religiosos, demonstram mais preconceito sobre aqueles que não comungam da mesma fé, daqueles que não professam religião alguma. A espiritualidade, é muito íntima e, é quase impossível de se aprender muito sobre ela, só acreditando, porque precisa, na verdade de envolvimento genuíno. É muito comum as pessoas confundirem espiritualidade com a prática de regras morais, talvez porque isso seja a parte mais misteriosa da nossa existência, pois, os nossos sentidos não a percebem.

Por fim, como artesão de si mesmo, devemos manter: corpo, mente e espirito saudáveis, porque dessa conjunção é que dependerá as nossas melhores escolhas e o bom uso de nossas faculdades, como nosso livre arbítrio. Ser construtor de si, em suma, significa trabalhar continuamente na própria existência, mesmo sabendo que nunca estaremos prontos, acabados. Mas, ao menos, mostraremos ao mundo a melhor versão de nós, continuamente.